"QUERÔ"...um pouco mais sobre a preparação

Quando fui convidado para realizar a preparação dos atores do filme Querô tinha apenas uma certeza: o processo deveria ser, incialmente, uma ação bem estruturada e coletiva. A escolha que fiz de uma equipe de profissionais afinada e a estruturação dos trabalhos iniciais com oficinas básicas (necessárias para o jovem sem experiência se situar neste universo) foi um bom alicerce para que depois eu fizesse a preparação especifica para o roteiro e o filme em si. Após os meses iniciais, e já com a definição do elenco, conduzi uma jornada intensa de algumas semanas com o Maxwell (ator que interpreta Querô), os meninos e os atores.
Não importa aqui dizer como foi e que caminhos eu tomei para que eles chegassem aos personagens e os personagens chegassem ao filme (ou o filme chegassem a eles).
Não importa dissecar os meandros de um processo e revelar os sistemas encontrados para dar um resultado artístico tão positivo.
Importa dizer que houve, dos jovens atores, dos atores e de mim: comunhão.
E esta ação de preparar atores, nova no cinema e tão cruel, só funciona se conseguirmos ir além de olhar o próprio dedo que aponta a uma direção. Olhar o instante que criamos e que somos plenos, para a arte e para a vida. Conduzir um grupo a isso é o maior mérito. E ter descoberto um jeito para isso neste trabalho, minha maior satisfação.

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