Workshop "A Poética do Ator no Cinema" no Rio de Janeiro
"O
poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e estudado desregramento de
todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sofrimento, de loucura; ele
busca por si mesmo, esgota em si todos os venenos, para guardar apenas suas
quintessências. Inefável tortura em que ele precisa de toda a fé, de toda a
força sobre-humana; em que ele se torna entre todos o grande doente, o grande
criminoso, o grande maldito, – e o supremo Sábio! – Pois ele chega ao
desconhecido!"
"É
errado dizer: eu penso. Deve-se dizer: sou pensado! Quero ser poeta e trabalho
para tornar-me VIDENTE"
(Arthur Rimbaud)
Por este princípio é que convido a todos para o workshop “A POÉTICA DO ATOR NO CINEMA”
Esse "eu" são vários "outros". Resta então o
desregramento de todos os sentidos, tal qual o poeta, para tornar-se vidente ou
o dissecador silencioso de almas. De “verdadeiras outras almas”.
Buscar na quintessência de seu íntimo os impulsos que o drama ficcional
necessita. Permitir a si próprio que todo acumulo de repertório do ator (e este
é fundamental para o abandono cego em sua escuridão) ecoe por seus canais de
expressão. Abandonar-se para depois reencontrar-se num estado alterado de
consciência, então plena, de suas capacidades funcionais artísticas.
Esse caos imediato é resultado da busca em ser vidente, poeta, ATOR. Ver o invisível para então
nominar os novos estados e as novas sensações que sempre foram nossas e
bastavam apenas serem ouvidas.
O Ator Poético não
tem apego pelo que produz. Cria e abandona com sabedoria do novo diante de si.
Não olha para as coisas como elas são. Vê através de um mistério, único e
arrebatador.
No mais, ter fé nisso, não significa entendimento. Apenas revela um
caminho para o prazer em sempre ser "eu-outro". Do natural e da sua
natureza primária e sábia.
“A Poética
do Ator” longe de ser um método de atuação é base de um princípio de intenção.
Um passo, uma tentativa em buscar uma quintessência mais visionária, aflorada,
intuitiva e que, fisicamente, possa compreender além da racionalidade
cotidiana. Ser ator é ser outro. E ser esse "outro", no
cinema, é ser mais humano do que nós geralmente somos.
(Luiz Mario Vicente)
·
O ATOR...
A “arte de interpretação” para o cinema vem sendo aprimorada
cada vez mais no Brasil e o crescimento da indústria cinematográfica permite o
surgimento de novas revelações. O desenvolvimento imaginativo, o despertar
sensorial e a prática constante são elementos fundamentais para um bom
resultado diante das câmeras.
É preciso, no entanto, encontrar um caminho natural próprio
que originará a verticalização da atuação onde cada ator criará imagens
poéticas reais e adquirirá respostas verdadeira às vidas ficcionais do roteiro
filmado.
É, portanto, fundamental respeitar o individual inserido
neste universo. Permitindo espaços para que cada um encontre um sistema
adequado onde a origem, o vínculo e necessidades são preservados. Para
descobrir essa metodologia e chegar-se ao estado visceral do processo é criado
um apanhado de exercícios físico/sensoriais, leituras e improvisações. E o ator
poético (aquele que arrebata e encanta) há de buscar em seus medos, angustias,
amor, raiva e alegrias tudo o que precisa. E será através deles que qualquer
"método" se produzirá. Sempre rico, intenso e genuinamente
inovador.
O ator precisa ser livre. E essa liberdade é o grande
encontro que cada um deve buscar dentro de si.
·
O WORKSHOP
O Workshop é focado nas descobertas individuais do ator e em
caminhos a serem assumidos durante seu trabalho de interpretação no cinema;
permite, também, o encontro do ser pessoal com o ficcional entendendo que não
há construção de nenhum dos dois. Há o transbordamento de verdades físicas e
sensoriais; assim, o despertar do imaginário e do poético dará um curso mais
claro para a compreensão e mergulho nas ações do roteiro e nas necessidades da
direção.
Dar de si. Conhecer a si.
Nos WORSHOPS com propostas de imersão a quantidade gerada de
informações rompem as barreiras do racional e avançam pelas portas da
sensibilidade e do intuitivo.
A constante alteração do nosso organismo celular não nos
permite acreditar no congelamento de nosso corpo, de nosso pensamento e de
nosso imaginário.
O processo proposto consiste em atingirmos o lugar,
orgânico, mais genuíno e profundo da atuação.
E o silêncio brutal do nosso corpo é que nos levará até lá.
O workshop propõe o desafio: a escuta desse silêncio. Do
seu, do outro, do roteiro, da ação.
Praticarmos o sutil desregramento dos sentidos para, então,
reestruturarmos na veracidade da cena, nos diálogos.
Aos roteiristas couberam as palavras; aos atores o encontro
com o silêncio.
INFORMAÇÕES
ADICIONAIS:
1.
O Workshop destina-se exclusivamente a atores
profissionais ou com experiência comprovada, acima de 18 anos.
2.
Enviar currículo após o ato da inscrição.
3.
Essa imersão não produz videobook. Destina-se ao
processo do ator e suas descobertas.
4.
Cenas podem ser gravadas como desenvolvimento em
sala de aula.
5.
Mais informações sobre Luiz Mario Vicente acesse:
www.instagram.com/luizmariovicente
CURRÍCULO
Luiz Mario Vicente tem 35 anos de carreira artística. É ator, diretor de teatro, preparador de atores para cinema e TV, professor e Coach. Iníciou como ator, mas já aos 17 anos dirigiu para o teatro uma adaptação da vida e obra do poeta francês Arthur Rimbaud. Durante os anos seguintes acumulou experiências em diversas linguagens como teatro de animação, teatro dança, carnaval (coreógrafo de comissão de frente), rádio, encenações, projetos em arte-educação e lecionou interpretação por mais de vinte anos. Após a vivência acadêmica tem seu grande aprendizado no CPT de Antunes Filho onde foi ator, assistente de direção e professor.
A diversidade de atuação e a observação das múltiplas
relações o encaminhou para o processo laboratorial com o ator, em cinema e TV. O
curso natural das excelências adquiridas originou um olhar sensível pela
verticalização da atuação, desenvolvendo processos únicos na preparação que
estabelecem diálogos próprios e diferenciados para cada ator, filme e
espetáculo.
Costuma dizer que possui “vários métodos”. E que o melhor deles
é aquele que se encaixa como uma luva ao projeto e ao ator que tem a sua
frente. É hoje um dos preparadores de atores do Brasil mais requisitado.
Seu primeiro grande trabalho no cinema como preparador foi o
filme “Querô. Nele Luiz preparou atores profissionais e vários jovens tendo o
protagonista aos 16 anos, na sua primeira experiência, conquistados diversos
prêmios como melhor ator pelo Brasil.
Além deste, alguns outros trabalhos no cinema são:
- “Bingo - O Rei das Manhãs” de Daniel Rezende
- “Que horas ela volta? ” de Ana Muylaert
- “O Roubo da Taça” de Caito Ortiz
- “Legalize Já” de Johnny Araújo
- “Trinta” de Paulo Machline
- “Terra Vermelha” de Marco Bechis
- “Trampolim do Forte” de João Rodrigo Mattos
- “Entre Vales” de Phillipe Barcinski
- “O Magnata” de Johnny Araújo
- “Depois de Tudo” de Johnny Araújo
- “A Voz do Silêncio” de André Ristum
- “Califórnia” de Marina Person
- “O Outro Lado do Paraíso” de André Ristum
- “Nada a perder” de Alexandre Avancini
Entre outros...
E na TV as séries: “Unidade Básica”; “Cidade dos Homens”;
“Fora de Controle”; “Meus dias de Rock”; “E aí, comeu? ...”; a novela Paraíso
(Globo); entre outros.
Ao todo acumula mais de quarenta trabalhos em preparação de
atores.
Foi preparador, coach e diretor de cena para os atores:
Matheus Nachtergaele, Marieta Severo, Taís Araújo, Du Moscovis, Ícaro Silva,
Renato Góes, Vladimir Brichita, Marcos Palmeira, Paola de Oliveira, Gabriel Louchard, Nathalia Dill, Leandra
Leal, Danilo Grangheia, Paulo Vilhena, Petrônio Gontijo, Day Mesquita, Maxwell Nascimento,
Emanuelle Araújo, Paulo Tiefenthaler, Camila Márdila, os atores argentinos
Marina Glezer e Ricardo Merkin, Rômulo Estrela, Thiago Mendonça, Priscila Sol,
Dani Calabresa, Dalton Vigh, Murilo Rosa, Karine Telles, Mônica Iozzi, Juliana Alves, Milhem
Cortaz, Arlindo Lopes, Vanessa Giácomo,
Ana Lúcia Torres, Simone Iliescu, Fabrício Boliveira, os atores
italianos Nicola Siri e Claudio Santamaria, Maria Luiza Mendonça, Juliano
Cazarré, Ailton Graça, Caio Blat, Caco Ciocler e muitos outros.
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